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Tirem as garras do Irão! Tirem as garras do Médio Oriente! Abaixo os belicistas! 

O mais recente ato de agressão de Israel contra o Irão voltou a agitar o coro hipócrita dos belicistas da União Europeia. A tarefa dos comunistas é expor os crimes de Netanyahu e dos seus cúmplices, entre os quais o governo português; e lutar pela revolução internacional, começando em casa. 

Ainda há poucos dias vários líderes europeus procuravam distanciar-se em palavras do massacre genocida de Israel. Até o nosso ministro dos negócios estrangeiros, ao fim de 20 meses de genocídio em Gaza, veio falar da “resposta manifestamente exagerada de Israel”.  Claro que isto era uma cortina de fumo, um jogo de espelhos político. 

Mas agora, quando Israel ameaça incendiar toda a região, o bando de ladrões imperialistas está de volta com um estrondo. Os líderes do G7 estão de volta ao velho e bem ensaiado guião: denunciar o Irão como “a principal fonte de instabilidade regional e terror“. Todos eles vieram defender “o direito de Israel a defender-se”…  de um país que acaba de atacar! 

A agressão israelita não provocada contra o Irão foi o estratagema necessário para enredar ainda mais o imperialismo norte-americano. É a tentativa de Netanyahu para conseguir uma guerra eterna na região. 

A própria sobrevivência política de Netanyahu  está apostada nesta jogada. Expandir a guerra de Israel em várias frentes é o seu cartão de visita para sair da prisão. Literalmente. 

A Vítima “inocente” 

A primeira tarefa dos comunistas é dizer o que é. Israel, desde a sua criação, tem desempenhado o papel de vítima. Há décadas que levanta o espectro de uma “ameaça existencial” representada por vizinhos hostis. Tem continuamente usado o perigo do “inimigo interno”, isto é, a ameaça palestiniana para justificar uma limpeza étnica de décadas. 

Cada crise com o Irão, cada apropriação ilegal de terras na Cisjordânia, cada bombardeamento em Gaza, teve sempre com o mesmo fim: a construção de um “Grande Israel“, para ser a potência imperialista sem paralelo no Médio Oriente. 

Nos últimos vinte meses, a mensagem de Israel tem sido clara e consistente: é através da guerra que procuramos a paz nos nossos termos. 

De facto, o Irão demonstrou uma tremenda contenção face aos ataques e assassínios de Israel  no seu próprio território. Numa aposta desesperada para manter Israel no seu caminho de guerra, Netanyahu e o seu bando voltaram a atacar. 

Enquanto o Irão retalia agora, justificadamente, Israel aponta para os ataques com mísseis sobre Haifa e grita que está sitiado. Pela sua própria lógica distorcida, está a zelar pela “segurança” dos seus cidadãos… colocando um alvo em todas as principais cidades israelitas através dos bombardeamentos que realiza contra Gaza, Líbano, Síria, Iémen e Irão. 

A parte mais vergonhosa é que tudo isto é papagueado, acriticamente, pelos imperialistas ocidentais e pela imprensa dita “livre”. 

Ameaça nuclear? 

Toda a “discussão” tem sido em torno da “ameaça iminente” de o Irão desenvolver o seu programa nuclear. Nós já estivemos aqui antes. Antes da invasão ilegal do Iraque, o frenesi agitado na grande média era sobre as armas de destruição massiva de Saddam Hussein que… nunca existiram! 

Não nos enganamos. A perspetiva de um Juízo Final iraniano permeia a política israelense desde a carreira de Netanyahu. Em 1992, Netanyahu advertiu o Knesset israelita de que o Irão estava a “três a cinco anos” de se tornar nuclear. Este tem sido o mesmo rame-rame por mais de trinta anos. 

Toda a cobertura da guerra Irão-Israel visou inverter a realidade; para inverter os factos no terreno. 

Não é o Irão que representa uma ameaça nuclear para ninguém, é Israel. Para que não esqueçamos, um ministro israelita ameaçou a aniquilação nuclear de Gaza como um possível caminho a seguir depois de 7 de outubro. Netanyahu emitiu pessoalmente  uma ameaça “nuclear” ao Irão na ONU em 2023, que seu gabinete mais tarde se esforçou para se retratar. 

Não é o Irão que se recusa a permitir a entrada de inspetores da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) no seu país, é Israel. Israel quebrou uma série de resoluções da ONU ao desenvolver seu arsenal nuclear não tão secreto assim, com a ajuda do imperialismo ocidental. 

A amarga ironia é que, se o regime iraniano precisava de uma razão para desenvolver as suas próprias capacidades nucleares, ela pode ser encontrada no campo de extermínio conhecido como Faixa de Gaza – um aviso do que o brutal regime sionista é capaz de fazer. 

Abaixo os belicistas! 

O imperialismo europeu contribui para o clima de impunidade em que Netanyahu opera. Sempre que Israel bombardeia o Irão, as ameaças de Ursula, Macron ou agora Merz visam diretamente Teerão. Starmer, primeiro-ministro britânico, comentou que não descarta uma intervenção militar para apoiar Israel (!), e já transferiu meios militares para o Oriente Médio. 

É, mais uma vez, uma regra para Israel e outra para o resto do mundo. Tal é a substância da sua hipócrita ordem “baseada em amigos”. 

Esta é mais uma indicação flagrante de que não podemos confiar numa palavra que sai da boca dos belicistas europeus. Não podemos apelar à sua consciência, nem esperar movê-los fazendo apelos à paz. 

Os factos são coisas teimosas. O imperialismo europeu continua a armar e ajudar de várias maneiras o Estado sionista. Os países da União Europeia não são apenas cúmplices, são participantes ativos na morte e destruição que assolam o Médio Oriente. Portugal incluído! 

Enquanto não organizarmos e derrubarmos os belicistas do nosso continente, os crimes do imperialismo europeu continuarão a aumentar. 

É por isso que é dever dos comunistas agitarem contra as mentiras dos nossos governantes, exporem os seus dois pesos e duas medidas, e organizarem a classe trabalhadora e a juventude em torno da única causa capaz de acabar com todas as guerras: a luta pelo comunismo internacional. 

É por isso que dizemos: 

  • Mãos fora do Irão! Mãos fora de Gaza! Mãos fora de todo o Oriente Médio! 
  • Abaixo a ocupação israelita! 
  • Abaixo os belicistas europeus! 
  • Abaixo o imperialismo americano! 
  • Por uma intifada global contra o capitalismo e o imperialismo! 
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